ZÉLIA CHUAIRI
Carioca da Tijuca (Rio de Janeiro, Brasil, com raízes orientais.
Normalista do Instituto de Educação. Cursou a Faculdade de Letras e Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
CHUAIRI, Zélia. Seios verdes. Rio de Janeiro: Livraria Editora Cátedra, 1986. 139 p. Capa da Autora. 14 x 21 cm.
Ex. bibl. Antonio Miranda - Doação do livreiro Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito
PERENE
Ampulheta
deixai que o tempo
avance,
escoando areia,
acelerando
os anos;
que a vida traga
e leve
com presteza,
as dores
dos profundos
desenganos.
E quando eu
for só recordação,
no fim das minhas
esperanças,
quero habitar
o lado bom,
nos seus guardados
de lembranças.
INTEMPESTIVO
Guardado no núcleo de cada célula
reguladora dos tempo,
está o pêndulo biológico
regulando a invasão do desgaste
pelo uso, com impunidade
na inexistência
de um sistema imunizante.
Como se reproduzem, as células
são programada ao desgaste,
se atenuação na celeridade
de relógio celular.
Um ato novo de vontade nova — um novo amor —
me faz lembrar e lamentar a impotência
contra a invasão lenta, invernosa, incorrompível
da flacidez.
Há sempre a tentativa do embuste, do artifício
e a despeito da trapaça mais difícil,
ei-la, por dentro e por fora, danificando a gente.
Vontade nova não devia chegar
intempestivamente.
*
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Página publicada em agosto de 2021
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